quarta-feira, 5 de maio de 2010


Não tenha medo – disse. – Eu te protegerei.
Não tenho medo. E não preciso de tua proteção.
O que há em ti que não compreendo?
O que há em mim que não compreendes é o mesmo que há em ti, e tampouco compreendes.

Sorriu. Os dentes muito claros. Os olhos azuis. Punhalada de luz.

Eles são capazes de tudo.
Eu sei. Também sou capaz de tudo.
Preciso descer. Não quero que morras.
Também não quero que morras. Mas morreremos.”




O ovo apunhalado – O afogado- Caio F. Abreu

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