(...)E assim
sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons,
nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que
continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser
a seguir outra coisa; uma impa ciência da alma consigo mesma, como com uma criança
inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa
e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; (...)
Fernando Pessoa
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