terça-feira, 21 de maio de 2013

❝ Eu pedi: “senta aqui”. Você já não me escutava mais.
Meu eco não alcança teus ouvidos, mesmo que tua distância não cale os meus gritos. Mesmo que um par de vasos quebre menos que o nosso par. Viajar por que, sem ter para onde voltar? Ir embora para que, se não há onde se refugiar? Será que teus medos vão entender as minhas pretensões sem desviar do meu amor que chega sem cheque caução para garantia?
Eu pedi: “fica aqui”. Logo ali você já tinha ido. Se fosse apenas uma esquina, eu dobrava também. Foi um país inteiro virado e desvirado, teus rastros deixados foram em mim, não no caminho. Teu cheiro é meu, mas o perfume ainda é teu. E se eu sorria, você não viu. Se eu chorei, você tapou os olhos, pois era assim que haveria de ser. Se eu implorei, você nunca repensou.
Quem gosta da indecisão? Quem vive bem com a razão? Quem aguenta a emoção? Eu pedi, eu te vivi, eu te busquei, eu te permiti… A liberdade também aprisiona. O meu caso agora é comigo, já não mais contigo. E comigo, infelizmente, eu nunca soube me resolver.
Mas se você quiser ainda sentar um pouco aqui, posso limpar nossa ferida e te provar que sou a única cura… E te contar que amar é a loucura que mais nos pertence. 

— Camila Costa.

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